sexta-feira, 30 de maio de 2014

Conversas de banheiro

Essa postagem é típica daquelas coisas que você só vê por aqui (pelo menos penso assim. Sei lá! rs).

Sabem aqueles clichês que sempre estão presentes na boca do povão? Tipo aquele: "Quando você pensa que já viu/ouviu de tudo, você na verdade não viu/ouviu foi nada". Então, estes dias, isso aconteceu comigo.

O ser humano, na minha visão, será sempre aquela pessoa doida e estranha, capaz das coisas mais "absurdas" e inimagináveis possíveis. Agora, senta que lá vem a história. Hahaha. 

Estava em um banheiro - vamos dizer "público" - e junto comigo entrou mais uma pessoa. Algum tempo depois, outra adentrou no local. Quando de repente, começou tal diálogo: 

Obs. Estava somente ouvindo. Viram?? rs

- Quem tá aí? (A pessoa se olhava no espelho).

- Eu. (Nem preciso dizer onde a outra estava né? risos)

- Eu quem?

- Eu fulano.

- Eu fulano, a inveja é uma coisa tão ridícula e faz um mal...

- Verdade.

- Mas... sabe que em partes ela é maravilhosa? (Muitas gargalhadas)

A pessoa saiu e só ouvi a outra dizer: - cada uma...

Eu senti muita vontade rir na hora, mas me segurei. Quando ela saiu, pensei: "hein? cuma? sério que presenciei isso?".

Mas aí você me pergunta: "Sim, Cris. Qual a relevância dessa postagem?"

Na verdade, nenhuma. Hahaha. Talvez, só para mostrar mais uma vez que: de 'doidos' todos nós temos um pouco rs.

Beijooos! =)

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Mulheres incríveis: Maya Angelou

 (1928 -2014)
Hoje quero falar um pouco sobre esta grande mulher. Marguerite Ann Johnson, ou melhor, Maya Angelou. Serei breve porque quero deixá-los curiosos para conhecê-la mais profundamente.

Maya nasceu em St. Louis, Missouri, nos Estados Unidos. Teve uma infância pobre e nesta época morava com a avó paterna. Escrevia poemas desde os nove anos e teve seu primeiro filho aos 17. Época em que isso não era comum.

Angelou era considerada como uma das grandes vozes da literatura contemporânea do mundo. E o que mais chamava atenção (pelo menos chamou a minha) era a sua versatilidade. Ela foi cozinheira, condutora de carros, garçonete, cantora, dançarina, professora, editora, atriz, compositora, produtora, jornalista (em uma de suas viagens a Cairo senão me angano) e militante pelos direitos civis. Muita coisa não? Creio que a lista deva ser grande, mas vamos parar por aqui. Rsrsrs


Como escritora, sua obra tem uma forte marca autobiográfica. Seu primeiro livro, "I Know Why The Caged Bird Sings" (1969), (em português "Eu sei por que o passáro canta na gaiola"), fez dela uma das primeiras escritoras negras a ter um best-seller nos Estados Unidos e ainda foi indicada ao prêmio Pulitzer Prise em poesia.

Na obra em questão, além de relatar o desejo de ser branca, ela se lembra de quando foi abusada sexualmente pelo namorado da mãe. Contam que o homem acabou sendo morto por seus tios, fato este que ocasionou na completa mudez de Maya, que passou uns cinco anos sem falar qualquer palavra. (Depois deste livro, ainda tem mais uns seis autobiográficos).

Uma das partes que me encanta mais ainda é que foi com a ajuda de uma vizinha e do seu amor pela literatura que a poetisa voltou a se expressar verbalmente. Olha aí o poder dos livros! hehehe

Como ativista, ela lutou bravamente pela igualdade racial nos Estados Unidos ao lado de Martin Luther King e Malcom X.

"Listen to yourself and in that quietude you might hear the voice of God." / "Escute a si mesmo e no silêncio você será capaz de ouvir a voz de Deus". 
(Maya Angelou)



Ps. Espero ter deixado vocês com gostinho de quero mais. Procurem sobre ela. Seus escritos são ímpar. Ah! E perdoem os erros de português. Bjos, Criss.

Fontes:

terça-feira, 27 de maio de 2014

Guimarães Rosa: A moça

A moça atrás da vidraça
espia o moço passar.
O moço nem viu a moça,
ele é de outro lugar.

O que a moça quer ouvir
o moço sabe contar:
ah, se ele a visse agora,
bem que havia de parar.

Atrás da vidraça, a moça
deixa o peito suspirar.
O moço passou depressa,
ou a vida devagar? 

Guimarães Rosa
In Ave, Palavra, 1970 
 
Ps. O poema até onde sei não tem um nome, mas como peguei uma mania 'estranha' de colocar título, assim o fiz. Perdoem-me rs. Bjs, Criss

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Apenas entenda

Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.

Não me mostrem o que esperam de mim, porque eu vou seguir meu coração.

Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente.

Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão.

Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre.

Clarice Lispector


Ps. Clarice viveu em uma época tão diferente da minha... mas é incrível como grande parte dos seus escritos se parecem comigo. Ela escrevia de uma maneira tão intensa que, suas palavras, em alguns momentos, me saltam os olhos e tomam vida. Rsrs. bjs, Criss.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Há uma palavra que anda esquecida

 
Há uma palavra que anda esquecida. Sua substância caiu em desuso.

É que parte da humanidade se presume tão poderosa que a despreza e outra parte se enfraqueceu tanto que não consegue pronunciá-la.

Pode parecer fácil viver como se esse recurso, em verdade uma virtude, não fosse real. Apenas porque é tão sutil que escapa a mesurações.

Não se impõe nem oferece vantagens. Mas presta grande ajuda a quem lhe dá crédito. Então alenta e transforma.

Não por acaso está fora de moda. Se propõe precisamente a entrega quando o mundo egocêntrico proclama o controle. E por isso soa ridícula entre tantos.

Pode ser resgatada na música, na literatura e em todas as artes. Mas também no silêncio. Reside na amizade, no afeto e no contato com a natureza. Palpita discretamente no inverno, celebra no verão. Está também na mente e no coração e sobretudo na consciência.

Quem a conhece lhe tem gratidão profunda. Pois quando tudo parece triste e perdido, a simples evocação do seu nome faz pulsar sua existência, amável e generosa. E, como um sorriso que emerge na alma, lá vem ela de novo soprar mais vida. Bem-vinda seja a esperança.

Onides Bonaccorsi Queiroz

sexta-feira, 16 de maio de 2014

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Cecília Meireles: Cântico XIII


Renova-te.

Renasce em ti mesmo.

Multiplica os teus olhos, para verem mais.

Multiplica os teus braços para semearem tudo.

Destróis os olhos que tiverem vistos.

Cria outros, para visões novas.

Destróis os braços que tiverem semeado,

Para se esquecerem de colher.

Sê sempre o mesmo.

Sempre outro.

Mas sempre alto.

Sempre longe.

E dentro de tudo.

 Imagem Google

Ps. Cecília sempre fantástica. Não há como não se encantar e se envolver pelas coisas que escrevia. Até porque, muitos dos seus escritos parecem que foram feitos para mim. E para vocês? rs. Bjos