Em um pequeno café, alguém tocava uma canção, envolvida pela música, se aproxima e resolve sentar-se entre a multidão. Fecha os olhos e sonha que está dançando em meio aquele grande salão. Desperta, quão boba se sentia, há pouco havia desistido de tudo o que mais queria, a dança.
Lágrimas teimavam em cair, seus medos e receios haviam conseguido. Fechou os olhos mais uma vez, e se deixou embalar por aquela canção que parecia de ninar. Pelo menos ali em seus devaneios, se sentia novamente livre para dançar. Sua imaginação criava, recriava passos, poesias em cada nota melodiosa, em cada compasso... mas logo vinha a queda, os risos, a decepção, o não alcançado.
Levanta-se daquele café e decidi caminhar, passa pelo grande Teatro Municipal e resolve entrar. Escuta ao longe o som de um piano que parecia uma oração a tocar, ao se aproximar ver uma linda bailarina a bailar. Como era livre! Sua alma parecia flutuar... Cada passo fazia sua tristeza se transformar.
Vendo tamanha leveza, sentiu sua alegria voltar, e se questionou: "por que não mais uma vez tentar?"
Criss Marques
Imagem: Júlia Menezes